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A busca pelo par perfeito, a metade exata da laranja. Não são poucos os que passam pela vida procurando com afinco sua alma gêmea, única capaz de trazer a almejada felicidade no amor. Uma busca incessante, constante, confiante, e… no mais das vezes, frustrante. Por mais que se busque, parece que ninguém consegue cumprir todas as nossas exigências fundamentais, cuidadosamente estipuladas. Atualizamos e aperfeiçoamos continuamente a lista básica das condições prévias, tão necessárias, e a fixamos na memória de maneira a nunca poder ser esquecida. E ela fica lá, sempre presente, sempre na ponta da língua, pronta a descartar qualquer candidato que não atenda ao menor dos requisitos.
Mas esses requisitos, na quase totalidade, foram gerados por ponderações do raciocínio calculista, não da intuição espiritual. São precondições estipuladas pelo cérebro, não pelo coração. E, por isso, essa lista é a garantia mais eficaz de que a verdadeira alegria e felicidade de uma vida a dois permanecerão como um sonho inalcançável.
Mesmo que um candidato atendesse todas as exigências, a felicidade não estaria assegurada, muito pelo contrário. Pois elas obrigam que o postulante à cara-metade tenha os mesmos gostos e interesses, nenhum defeito que nos pareça insuportável e todas as qualidades que reputamos indispensáveis. Ora, isso é querer alguém incapaz de contribuir para meu crescimento como ser humano e, ao mesmo tempo, impedir que eu o auxilie em seu próprio desenvolvimento.
As qualidades complementares a serem buscadas no outro para uma vida em comum, realmente úteis e imprescindíveis numa união, não são aquelas já desenvolvidas por uma das partes, mas justamente as que nela permaneceram dormindo. Felicidade e ascensão mútua residem numa ligação de pessoas com qualidades distintas, de modo que cada qual pode auxiliar o outro a desenvolver os seus próprios dotes latentes. A vontade de evoluir espiritualmente é que pode e deve ser a mesma para o casal em formação.
Em sua obra Na Luz da Verdade – a Mensagem do Graal (http://bit.ly/1k0vK3n), Abdruschin esclarece: “A acepção dos seres humanos de que para cada pessoa exista uma alma complementar, é correta em si, mas não no sentido de uma cisão precedente. A alma dual é apenas aquela adequada a outra alma. Quer dizer, uma alma que desenvolveu exatamente aquelas faculdades que a outra alma deixou adormecer em si. Disso advém então uma complementação total, resulta num trabalhar em comum de todas as faculdades do espírito, de todas as positivas e de todas as negativas. Mas tais complementações não se dão apenas uma vez, pelo contrário, muitas vezes, de maneira que uma pessoa ao desejar uma complementação não depende acaso, exclusivamente, de uma bem determinada pessoa. Dessas poderá encontrar muitas em sua existência terrena, contanto que conserve pura e vigilante a sua faculdade intuitiva.”
Podemos, pois, encontrar a pessoa adequada para uma feliz vida em conjunto se mantivermos acesa nossa faculdade intuitiva, e também se abrirmos mão, finalmente, das famigeradas condições prévias, estabelecidas apenas por sofismas intelectivos. Há muitas almas que combinam perfeitamente com várias outras. A busca é que precisa se dar numa base diferente da atual.
(Conheça as obras publicadas pela Ordem do Graal na Terra. Acesse: http://bit.ly/18h6hxk.)