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Ao contrário do que se imagina, o conceito de carma (http://on.fb.me/18Q6rhC) não está vinculado exclusivamente ao espiritismo, ou ainda ao hinduísmo ou budismo e outras filosofias orientais, mas também a toda doutrina que ensina, de um modo ou de outro, que o ser humano é plenamente responsável por seus atos, visto que tudo a ele retorna inapelavelmente, mais cedo ou mais tarde. Assim, o carma também está inserido na doutrina cristã, embora não apareça com este nome. Basta que se substitua “Lei do Carma” por: Lei da Reciprocidade, Lei do Retorno, Lei de Causa e Efeito, Lei da Semeadura ou Lei da Colheita (http://on.fb.me/1fojJ8D).
Jesus Cristo anunciou essa lei básica da reciprocidade, que é a guardiã da ordem na Criação de seu Pai, com as seguintes palavras, transcritas por Paulo em sua carta aos Gálatas: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer, porque tudo o que o homem semear, isso também colherá!” (Gl6:7). Note-se que ele não disse “poderá colher”, ou “ talvez colha”, mas sim afirmou taxativamente: “colherá!”, sem meio-termo, sem escolha, sem escapatória.
O Mestre voltou a mencionar a atuação dessa Lei da Colheita, ou Lei do Carma, quando de sua prisão pelos soldados romanos. Naquela ocasião, um dos que estavam com ele sacou de uma espada e cortou a orelha de um servo do sumo sacerdote, que acompanhava a guarnição romana. A advertência do Mestre a esse respeito não poderia ser mais clara: “Embainha a tua espada, pois todos os que lançam mão da espada, à espada morrerão.” (Mt26:52)
Não por outra razão, quando alguns de seus ouvintes começaram a comentar entre si sobre os galileus supliciados por Pilatos, ele logo os cortou asperamente, avisando que, se não se arrependessem, pereceriam todos ‘da mesma forma’ como os que haviam sido mortos pelo prefeito romano e os soterrados pela torre de Siloé (cf. Lc13:1-5).
Com seu esclarecimento sobre a lei da reciprocidade, o Filho de Deus não trouxe nada de revolucionário, mas apenas endireitou e reiterou o que sempre existiu desde os primórdios. Ele mesmo sempre fez várias vezes referências a “tudo o que está escrito”, conforme se pode constatar nos evangelhos de Mateus e Marcos.
Sua mensagem de amor não tinha o propósito de derrubar as leis do Antigo Testamento, mas, ao contrário, de esclarecer o que permanecera certo e o que fora apenas moldado e alterado pelo raciocínio humano torcido. Ele fez isso para que essas leis se tornassem uma base sólida para a efetivação do amor de Deus, que era ele próprio: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, mas para cumprir.” (Mt 5,17).
A lei a que Jesus se refere aí eram, pois, as disposições do Antigo Testamento, que também já traziam bem nitidamente o conceito de carma ou de reciprocidade, conforme pode ser constatado nos exemplos a seguir:
- Quem derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu. (Gn9:6);
- Como fizeste, assim se fará contigo: o teu malfeito tornará sobre tua cabeça. (Ab15);
- Aqueles que cultivam a iniquidade e semeiam a miséria são também os que as colhem. (Jó4:8);
- Sua maldade se volta contra ele, sobre a cabeça lhe cai a própria violência. (Sl7:17);
- O Senhor me tratou conforme a minha justiça, retribuiu-me segundo a pureza de minhas mãos. (Sl18:21);
- A justiça dos retos os salva, mas em sua própria cobiça os pérfidos se prendem. (Pv11:6);
- O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel a si mesmo se fere. (Pv11:17);
- Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim quem segue o mal para a sua morte o faz. (Pv11:19);
- Quem procura o bem alcança favor, mas o que corre atrás do mal, este lhe sobrevirá. (Pv11:27);
- Cada um se farta de bem pelo fruto da sua boca, e o que as mãos do homem fizerem ser-lhe-á retribuído. (Pv12:14);
- Quem semeia injustiça, recolhe desgraça. (Pv22:8);
- Quem abre uma cova nela cairá; quem rola uma pedra, sobre ele cairá. (Pv26:27);
- O justo é feliz, pois comerá o fruto de suas ações. Infeliz o mau, ai dele, pois será tratado segundo mereçam seus atos. (Is3:10,11).
Mudam através dos séculos as formas como a lei do carma é expressa, porém seu conteúdo fundamental permanece para sempre inalterado:
“O DESTINO DA CRIATURA HUMANA É FORMADO POR ELA PRÓPRIA!”
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