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Não somente colossais, mas as duas maiores tragédias de toda a saga humana. Poderíamos dizer também os dois maiores pecados de todos os tempos: o original e o hereditário. Foram eles, em última instância, que propiciaram a formação do caos em que se encontra hoje mergulhado o mundo inteiro.
O pecado original foi um longo processo na história da humanidade e consistiu na elevação do raciocínio – simples instrumento para a efetivação na matéria da vontade espiritual – à posição de senhor absoluto que tudo decide e ao qual tudo se submete. O Gênesis mostra isso figuradamente com a imagem da desobediência do casal primordial, que menospreza as diretrizes do Criador e prova do fruto da “árvore do conhecimento” (http://on.fb.me/1gxzTgI), deleitando-se com ele.
Foi a mulher a primeira a ser seduzida pelo fulgor dos frutos do raciocínio: “A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente aos olhos e desejável para dar entendimento” (Gn3:6). Isso, porém, não diminui a culpa do homem, pois ao aceitar a fruta oferecida pela companheira ele demonstrou que concordava com o procedimento feminino de chamar a atenção sobre si, não mais devido a seus elevados dotes espirituais, mas sim pelos seus atrativos corpóreos, tal como exigia o raciocínio dominante.
A partir daí as decisões racionais, dissociadas da intuição espiritual, passaram a governar os destinos humanos. O pecado havia entrado no mundo, na Criação material, e com ele a possibilidade real da morte. Não a morte terrena, que é um acontecimento natural e sempre será, mas a morte espiritual, a eterna, a “segunda morte” (Ap.20:14; 21:8), que é o “salário do pecado” (Rm6:23).
Com o raciocínio tudo dirigindo e tudo decidindo, robustecendo-se cada vez mais, o espírito foi se tornando cada vez mais fraco, porque não conseguia mais se contrapor à tirânica vontade de seu irmão, que só enxergava valor nas coisas materiais. Essa imagem também é transmitida na Bíblia com a narrativa de Caim e Abel (http://on.fb.me/1kdywFB).
Essa situação acabou provocando o surgimento do pecado hereditário, como consequência natural, por efeito da lei do movimento. Tratou-se da paulatina hipertrofia do cérebro, que faz com que cada criança já traga, como herança, o perigo de submeter-se totalmente ao raciocínio quando seu espírito desperta para a atuação na Terra. O efeito disso na maioria dos jovens de hoje é o completo alheamento em relação ao seu indispensável desenvolvimento espiritual. O intelecto supercultivado provocou, pois, ao longo de milênios, o crescimento desmesurado do cérebro e, também, como decorrência, a atrofia do instrumento disponível para a recepção das impressões do espírito: o cerebelo (http://on.fb.me/1MDTw3A).
Essas duas tragédias humanas, a original e a hereditária, constituíram o ponto de partida para todos os males que assolam a humanidade na era moderna.
E como reverter essa calamidade?… O primeiro passo para se conseguir uma melhoria consiste em “inverter as luzes”, conforme esclarece Abdruschin em “Na Luz da Verdade” (http://bit.ly/1k0vK3n). Essa necessária inversão – não mais tão simples nem tão fácil ao ser humano dos tempos atuais – consiste em remover o raciocínio do trono usurpado e forçá-lo a ocupar o lugar que lhe compete, o de mero executor, ao mesmo tempo em que se conduz o espírito novamente à posição mais elevada que sempre lhe coube: a de dirigente.
A seriedade e o empenho em proceder a essa tão imprescindível inversão de luzes testemunham o valor que o ser humano desperto dá à evolução do seu próprio espírito, e também constituem uma medida direta do apreço que ele devota à Vontade de seu Criador, a Quem deve a existência.
(Conheça a literatura do Graal publicada pela Ordem do Graal na Terra.
Acesse: http://bit.ly/18h6hxk.)