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A hereditariedade é unicamente de ordem física, material, não espiritual. Não existe hereditariedade espiritual. No máximo, podem-se divisar traços comuns de temperamento entre pais e filhos, mas não mais do que isso.
Traços secundários do temperamento podem ser transmitidos por hereditariedade, porque ele está estreitamente ligado ao corpo, mais especificamente à composição do sangue, tal como evidenciado nos quatro temperamentos básicos da vida humana (http://on.fb.me/1LFvoNT). Porém, mesmo quando se herda uma determinada característica temperamental, o respectivo ser humano tem a possibilidade e até o dever de dominar seus humores, visto que o corpo é e deverá permanecer sempre apenas uma mera ferramenta para a atuação do espírito.
Por essa razão, quando uma pessoa destrambelhada afirma, com ares de desalento, não ter como evitar seus rompantes, já que herdou tal destempero do pai ou da mãe, está na verdade fazendo uma confissão aberta de preguiça espiritual. Mostra com isso ser demasiado fraca para dominar a si mesma.
Do mesmo modo, quando alega raivosamente, perante si e outros, que já “nasceu assim” e que, portanto, a culpa de seu proceder é de seus pais, que a geraram com esse defeito de intemperança. Nada mais insensato pode ser dito. Pois recebeu dos pais apenas o corpo terreno, somente o invólucro exterior, permanecendo um espírito autônomo e independente, plenamente responsável por todas as suas decisões e atos. O ser humano tem a obrigação de manter-se acima de seus temperamentos, de domá-los e utilizá-los em proveito próprio e de seu ambiente.
Portanto, ninguém tem especial motivo para agradecer a própria carga genética, nem tampouco algum direito de lamentá-la, pela manifestação de uma característica de sua personalidade, muito menos razão para atribuí-la ao acaso, ou, pior ainda, ao Criador.
Herda-se, sim, temperamentos em determinado grau, mas não a personalidade, não o caráter, não a índole, pois não existe nenhuma herança espiritual de pai para filho. Quem quiser conhecer a origem da formação da personalidade tem de ir mais fundo em sua busca, acima e além do mero invólucro material chamado “corpo”, infelizmente tantas vezes confundido com o verdadeiro “eu” do ser humano.
O sentimento do “eu” provém do espírito exclusivamente, é o próprio espírito, o único responsável pela formação da personalidade e de tudo quanto atinge a criatura humana, quer sejam coisas boas ou más, quer se efetivem já aqui na Terra ou somente nos mundos do além.
(Conheça a literatura do Graal publicada pela Ordem do Graal na Terra.
Acesse: http://bit.ly/18h6hxk.)