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Uma das mais funestas consequências do pecado original foi a indolência crônica que tomou conta do espírito do ser humano terreno, a qual se evidencia por uma preguiça insuperável em movimentar-se e fazer algo de útil em prol do ambiente e de si mesmo. A “luta pela vida” em que se transformou a atual correria da vida terrena nada tem a ver com movimentação do espírito, ao contrário, é apenas mais um sintoma da inércia espiritual.
O pecado original consistiu em elevar o raciocínio – mero instrumento para a atuação do ser humano na Terra – a dirigente de toda a existência, em detrimento da vontade espiritual e de sua voz: a intuição (http://on.fb.me/1i6OW0O). Desse modo, o espírito acabou tornando-se escravo de sua própria ferramenta, tornou-se submisso a seu servo, assentado num trono de dirigente que não lhe cabia. O espírito humano aceitou apaticamente essa sujeição voluntária ao raciocínio usurpador, sem nenhuma oposição, pois nada nem ninguém a isso o obrigou.
Ao entregar o leme da existência ao raciocínio, o espírito abriu mão de sua mobilidade, e em decorrência disso foi se enfraquecendo mais e mais, foi ficando cada vez mais enrijecido e preguiçoso em razão dessa inatividade antinatural. Tal desastre foi mera consequência da não observância da lei do movimento (http://on.fb.me/1aBScOn), a qual estipula que a movimentação contínua é condição incontornável para algo poder conservar sua integridade e utilidade. Essa indolência espiritual do ser humano manifesta-se hoje de múltiplas maneiras, sempre deletérias, e também, por fim, em sua atitude perante o Criador.
A maior parte das pessoas que ainda creem em Deus colocam simplesmente nas mãos Dele toda a responsabilidade por suas vidas, como se elas não lhes dissessem respeito. Fazem isso para não terem necessidade de movimentar-se espiritualmente, pois qualquer esforço nesse sentido lhes parece um horror. “Deus está no comando!”, costumam exclamar para si mesmas e para outros, como prova de grande humildade, quando, na realidade, tal exortação, nelas, é um testemunho da máxima presunção e da mais inaudita preguiça espiritual. Gostam sempre de dizer que “colocaram a vida nas mãos Dele”, mas continuam a nutrir baixas cobiças, a gerar maus pensamentos, a praticar atos condenáveis e a causar danos a seus semelhantes.
Sim, o onipotente Criador está no comando de toda Sua maravilhosa obra da Criação, como sempre esteve e sempre estará. Não, porém, no sentido imaginado pelos que se denominam fieis a Ele, mas que na verdade são fieis apenas a seu próprio comodismo. O comando do Todo-Poderoso se dá na atuação inflexível e infalível de Suas leis perfeitas, as quais devolvem a cada criatura, em milimétrica Justiça, tudo quando ela inseriu no mundo com suas ações, suas palavras, seus pensamentos e suas intuições.
Quem nutre verdadeiro amor ao Criador, o Doador de toda vida, procurará servi-Lo realmente com todo o seu ser, o que significa trabalhar para isso, movimentar-se espiritualmente para ajustar seu querer e atuar à Vontade Dele, que tudo abrange e tudo mantém. Quem não quiser ou não puder fazer isso, demonstra que sua preguiça espiritual é muito maior e mais forte do que a veneração devida a Deus.
É fundamental que o ser humano da época atual acorde do seu milenar sono de chumbo e movimente-se espiritualmente, com todo o empenho que puder, para integrar-se finalmente às leis da Criação. Se fizer isso com sinceridade de coração, então essas leis lhe apoiarão e sustentarão em sua tão necessária caminhada de ascensão espiritual. A escolha está nas mãos do próprio ser humano. Nas dele, unicamente.
(Conheça a literatura do Graal publicada pela Ordem do Graal na Terra.
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