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O que fazemos com os nossos jovens em matéria de educação escolar é quase um crime aos olhos do mínimo bom senso. Aos olhos da necessária evolução anímica e espiritual, contudo, é efetivamente um crime.
Já na primeira década de vida abarrotamos seus pequenos cérebros com cargas inúteis para as décadas seguintes. Deixamos o convívio com a Natureza para o segundo ou terceiro lugar, ou até eliminamos essa tão necessária experiência de nossas crianças, para encerrá-las em prisões coloridas, nas quais têm de cumprir suas penas de aprender por obrigação, e não por satisfação, o que unicamente produziria alegria. O escritor Rubem Alves registra a seguinte frase de uma aluninha à sua professora primária: “Eu quero saber tanta coisa. O mundo está cheio de coisas interessantes. Mas não dá tempo. Tenho tanta lição para fazer…” Assim é.
Quando chega ao ensino médio, o jovem sofre então seu maior massacre. É obrigado a aprender em profundidade coisas para as quais não tem a menor inclinação. Não lhe é dada apenas uma visão global das ciências, mas lhe é exigido engolir um caminhão de entulho de todas elas. E em profundidade! Um moço, por exemplo, pode ter especial inclinação para artes ou filosofia, mas antes de poder dar vazão ao anseio de sua alma precisa saber se a trissomia é provocada pela deleção dos cromossomos ou pela não disjunção das cromátides, se ocorre pela não reversão na diacinese ou pela translocação na mitose…
Quando finalmente chega ao ensino superior, em que poderia se ver livre de todo o debulho e dedicar-se àquilo pelo que tem propensão, o massacre continua, apenas de forma mais velada e sutil. Novamente lhe é despejado um caminhão de informações supérfluas, desnecessárias para sua formação profissional e de vida. Desse modo, o tempo mais precioso da existência, quando o espírito poderia galgar com ímpeto os degraus do desenvolvimento, é desperdiçado unicamente em acumular mais e mais conhecimento, quase sempre desprovido de utilidade. O quanto tudo isso é nocivo, falando só da vida terrena, pode ser medido por aquilo que, aprendido na faculdade, de fato fizemos uso em nossa vida profissional. Este é o percentual do que realmente valeu a pena aprender.
E valeu a pena para a vida terrena, material, porque nada do que é aprendido pode ser levado para a vida no além. Nada disso se torna algo próprio de alguém. Unicamente o que é vivenciado enriquece o espírito e lapida a alma, e tão somente essa riqueza se torna realmente nossa, a ponto de podermos carregá-la conosco para o outro lado da vida (http://on.fb.me/1LxvoQ0). Todo o restante, para o qual muitos dissipam sua vida inteira, permanece aqui mesmo.
No futuro, quando a humanidade remanescente estiver vivendo estritamente segundo as diretrizes das leis da Criação, também a educação escolar será completamente diferente. Será, sim, direcionada para aperfeiçoar e facilitar a vida na Terra, mas sobretudo para auxiliar o espírito a desenvolver todas as suas capacitações, objetivo primordial da existência, tal como preconizado na parábola dos talentos (http://on.fb.me/1b1XenR).
(Conheça a literatura do Graal publicada pela Ordem do Graal na Terra.
Acesse: http://bit.ly/18h6hxk.)