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Em sua obra Na Luz da Verdade – a Mensagem do Graal (http://bit.ly/1k0vK3n), Abdruschin faz uma diferenciação entre intuição e sentimento. Com esse conceito bem assimilado, é possível então fazer um retrospecto rigoroso de nossas vidas. E aí vemos que, ao contrário do que supúnhamos, muitas de nossas atitudes estavam baseadas apenas em sentimentos, e não na intuição espiritual, com que o resultado final não poderia mesmo ter sido alentador (http://on.fb.me/1jmYt5A).
Isso acontece porque o raciocínio permanece dominante, mesmo naquelas pessoas que ainda se preocupam com a vida espiritual. Mesmo elas (e principalmente elas) têm de lutar sempre, com todas as forças, para conseguir ouvir o que a intuição lhes diz e agir de acordo.
Ligada a esta circunstância, aflora sempre outra peculiaridade em quem deixa o raciocínio sobrepujar a intuição: é o “querer saber melhor”, atitude sobre a qual Abdruschin também discorre várias vezes em sua obra. Trata-se da persistência obstinada naquilo que a pessoa julga ser o certo, situação que a faz rejeitar qualquer outra concepção ou ideia diferente, sem examiná-la em profundidade com o coração. Cenário típico. Com sua aridez característica, o raciocínio sempre se contrapõe à luz do verdadeiro saber.
Tal pessoa “pensa” então que está com a razão, e no entanto, ao contrário do que supõe, não “sente intuitivamente” que está certa. Ela não intuiu, somente pensou. Crê que a sua rejeição inflexível é fruto de firme convicção espiritual, proveniente da intuição, quando na verdade é oriunda apenas de pensamentos e sentimentos. O raciocínio encontra depressa uma quantidade enorme de justificativas convincentes para essa rejeição a qualquer conceituação diversa, e a dita pessoa nem se dá conta de que apenas o seu raciocínio está trabalhando e persuadindo-a, não a sua intuição.
A intuição não se manifesta por pensamentos, mas sim por imagens vivas (http://on.fb.me/1RMqWRk). Somente em tal caso o indivíduo pode saber, sem medo de errar, que tal caminho ou conceito visto ou pressentido por ele é, de fato, o certo, sem precisar entregar-se a elucubrações. Se, porém, entregar-se a ponderações do seu raciocínio, este logo vai convencê-lo de que a sua opinião anterior é que era a certa, e não o novo com que se deparou.
Para não sermos iludidos sempre e sempre de novo por nosso intelecto supercultivado, é necessário que movimentemos permanentemente o nosso espírito na direção ascendente, é preciso que nos empenhemos em viver segundo a Vontade do Criador, que se expressa em leis inamovíveis. E, sobretudo, é preciso que cultivemos a legítima humildade, pois só ela é capaz de afastar concepções preconcebidas, fundamentadas no orgulho racional, e nos fazer aceitar alegremente novos conceitos com a convicção singela do coração.
Com humildade, aliás, é possível se conseguir muita coisa de valor, obter reconhecimentos preciosos no processo de desenvolvimento espiritual. Sem humildade não se consegue nada, nada mesmo, ainda que o raciocínio insista em nos convencer do contrário.
(Conheça as obras publicadas pela Ordem do Graal na Terra. Acesse: http://bit.ly/18h6hxk.)