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As duas grandes questões. Quem somos nós? De onde viemos? As tentativas de solução dos dois enigmas básicos da vida podem ser inseridas em duas correntes diametralmente opostas: a criacionista e a evolucionista. Os adeptos da primeira se valem de uma interpretação rígida das escrituras, enquanto que os da segunda se apoiam numa visão materialista de fenômenos exteriores. Fundamentalismo religioso de um lado, científico de outro.
Desde o século passado essas duas correntes vêm medindo forças várias vezes, num fluxo e refluxo de batalhas ganhas e perdidas, com traições e deserções, conquistas e capitulações. Nem bem os criacionistas tinham acabado de comemorar o desmoronamento da insustentável teoria da geração espontânea, e as ideias de Darwin já começavam a ganhar o mundo. O que se seguiu daí foi uma sucessão de debates acalorados, provas e contraprovas e até processos judiciais.
Qual das concepções seria a certa? O primeiro homem teria sido criado a partir do barro e a primeira mulher nascida de sua costela? Ou o casal primevo da humanidade teria surgido de uma dissidência símia? Barro ou macaco?… Existe algo comum a essas duas teorias, aparentemente tão díspares entre si. Ambas são produtos exclusivos do intelecto humano. Foram moldadas pelo raciocínio. Nenhuma delas é o resultado de uma busca espiritual.
Pois num caso é apenas trabalho do raciocínio a interpretação literal de metáforas de cunho espiritual. O raciocínio não tem capacidade de suplantar o meramente terrenal em suas análises, já que ele próprio é um produto do cérebro material. Por isso, comprime tudo com que se depara em concepções por demais limitadas, torcidas, circunscritas ao âmbito do espaço e do tempo terrenos. Dessa torção padecem todos os ensinamentos espirituais transmitidos à humanidade no decorrer do tempo. Nada se conservou puro, nada foi compreendido em seu sentido mais profundo. O que sobrou após a passagem desse rolo compressor do crivo intelectivo nem de longe lembra os preceitos originais.
Do outro lado a situação não é melhor, pois lá a veneração do ídolo raciocínio é condição prévia para um aspirante poder receber a patente de cientista (http://on.fb.me/1UeMsM9). E é justamente um desses expoentes (prêmio Nobel por sinal) que nos assegura que “a vida surgiu por acaso, quando num determinado momento alguns elementos químicos se combinaram e passaram a fazer cópias de si mesmos”. Segundo essa concepção, os bilhões de seres humanos na Terra, as incontáveis espécies animais e vegetais, vírus e dinossauros, bactérias e baleias, todas as formas de vida que povoam o planeta ou que já passaram por aqui, são o resultado da fortuita combinação de alguns elementos químicos – vindos não se sabe de onde – ocorrida há três bilhões de anos, que, entediados que estavam em meio àquela insípida sopa primordial, acharam por bem começar a fazer cópias de si mesmos e deu no que deu. Em alguns planetas, como Marte por exemplo, esses voluntariosos elementos químicos não quiseram se reproduzir, e é por isso que não vemos hoje nenhum cientista marciano tentando explicar como a vida surgiu…
Uma explicação dessas para a origem da vida, capaz de arrancar uma justificada gargalhada de um camponês analfabeto, é o máximo que a ciência tem a oferecer como resultado do trabalho do raciocínio. Isso deveria constituir a prova de que o intelecto é completamente incapaz de fornecer respostas aos questionamentos espirituais do ser humano. A ciência é útil para explicar e catalogar fenômenos exclusivamente materiais, tendo de malograr fragorosamente quando se atreve a querer explicar coisas que estão acima dos estreitos limites terrenos.
Nossa origem não remonta a um ser criado literalmente a partir do barro, simplesmente porque somos seres espirituais, provenientes do plano espiritual da criação. É para lá, portanto, que deve ser dirigida a busca. Porém não com o cismar do raciocínio preso à Terra, e sim com os atributos do próprio espírito. Por outro lado, o que se desenvolveu de um animal simiesco não foi o ser humano, que é um ente espiritual, mas apenas o seu corpo terreno, que nada mais é do que um invólucro, uma das vestimentas que lhe permite viver e atuar aqui na Terra.
É bem verdade que Darwin não afirmou que o homem descende do macaco, mas a teoria da evolução leva à acertada concepção de que o corpo humano (não o ser humano) evoluiu naturalmente de uma espécie semelhante ao macaco, a qual mais se aproximou da configuração humana. Esses animais existiram de fato há cerca de três milhões de anos: são os “babais”, descritos com riqueza de detalhes por Roselis von Sass em seu livro Os Primeiros Seres Humanos (http://bit.ly/1L530nA).
Essas simples indicações podem ser enriquecidas sobremaneira com esclarecimentos mais específicos. Mas para tanto é preciso libertar o espírito e a mente dos dogmas religiosos e científicos. Enquanto o indivíduo insistir em manietar-se voluntariamente com essas duas algemas, continuará se excluindo automaticamente de reconhecimentos mais elevados.
(Conheça as obras publicadas pela Ordem do Graal na Terra. Acesse:http://bit.ly/ogt-catálogo.)