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Para um mergulhador poder pesquisar o fundo do mar, ele precisa de uma vestimenta adequada: um escafandro, que lhe permite movimentar-se e atuar no ambiente mais denso da água (http://on.fb.me/1hpdomG).
Analogamente, para o espírito humano poder viver e interagir na materialidade mais grosseira, a qual funciona como uma escola para o seu necessário amadurecimento, ele precisa se revestir de um invólucro adequado a esse ambiente mais denso, que é o seu corpo físico.
O corpo não é, portanto, o ser humano propriamente, mas apenas a sua vestimenta mais exterior, que, no entanto, tem de ser conservada sadia e vigorosa para possibilitar a adequada atuação do espírito. A rigor, a criatura humana é, única e exclusivamente, o próprio espírito humano. É tão somente o espírito que nos dá a consciência da individualidade, o sentimento que percebemos como sendo o nosso “eu”.
O conceito materialista de que a consciência humana decorre da atividade neuronal do cérebro não é verdadeiro. Aliás, tal como constatou o médico Eben Alexander, um ex-cético e completo descrente da vida espiritual, que mudou radicalmente de opinião ao passar por uma experiência de quase morte (http://on.fb.me/1LVrAXo).
Cada um de nós percebe nitidamente o sentimento do “eu” durante toda a nossa vida. Como, então, ele poderia estar associado a um corpo perecível?… Se fosse assim, esse sentimento teria de alterar-se também com o passar dos anos. Teria de sofrer o efeito da velhice e mostrar-se por fim debilitado e enrugado. Mas o sentimento do “eu” não muda durante a vida terrena, não se altera com o passar dos anos, ao contrário, permanece sempre o mesmo. O cérebro vai perdendo a agilidade com o tempo, a memória falha, as articulações rangem, os órgãos trabalham mais lentamente, mas o sentimento do “eu” não muda. Não muda porque não provém de parte alguma do corpo material terreno, mutável e perecível, e sim unicamente do espírito.
O sentimento do “eu” é um profundo sentimento intuitivo, proveniente do próprio espírito. É oriundo de nosso âmago mais íntimo, em nada semelhante aos sentimentos provenientes da atividade do raciocínio, quando nossos pensamentos atuam sobre os nervos do corpo.
O fato de nos ser permitido dizer “eu” indica um inalienável direito de liberdade, associado à mais absoluta responsabilidade pessoal em relação a tudo quanto pensamos, falamos e fazemos. Responsabilidade advinda do livre-arbítrio espiritual.
As palavras a seguir são de uma jovem francesa de 18 anos chamada Claire Pic, registradas em seu diário na longínqua data de 24 de fevereiro de 1867:
“Às vezes eu vivencio uma alegria intensa ao saborear a bênção de ser. Não a existência banal e material de comer, beber, dormir, ver algo bonito, ouvir sons melodiosos, mas sim a felicidade diferente e delicada de ser uma parte distinta do grande todo, de ser um todo com a própria vida, as próprias impressões, os próprios pensamentos. É algo lindo e grande o direito que Deus nos deu de dizer ‘eu’.”
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