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O conceito de que tudo aquilo que inserimos no mundo, seja por meio de intuições, pensamentos, palavras ou ações, sempre retorna a nós mesmos, os geradores, é bem conhecido dos espiritualistas e mesmo daqueles que têm apenas uma noção do funcionamento das leis universais. Assim, nada mais simples e natural do que nos esforçarmos sempre em gerar coisas boas, para que só nos possa alcançar o que é bom.
Tudo isso é certo. Mas e o que ficou para trás? Como se dá o mecanismo de retorno de coisas não muito boas que fizemos no passado, e que possivelmente ainda não retornaram para nós? E aquilo de que nem nos lembramos mais, ou até praticamos numa outra vida? Não é o caso então de ficarmos preocupados, angustiados, temerosos?
Não, de modo algum. Esses sentimentos são negativos, e estamos justamente cuidando de gerar apenas coisas boas. Então… nada de angústias!
“Quantos não deveriam desanimar ao despertarem para o espiritual, e desejariam, de preferência, que o sono da rotina continuasse. Eles não sabem, pois, os aguarda e o que ainda os atingirá de outrora pela ação de retorno! Ou, como dizem os seres humanos: ‘O que eles ainda têm de reparar!’
Contudo, não tenhas receio! Com o despertar te será mostrado também, na sábia disposição da grande Criação, um caminho através daquela ç , a que já me referi detidamente e que atenua os perigos do carma que se desencadeia, ou os afasta totalmente para o lado.
Também isso o Espírito do Pai depôs na tua mão. A força da boa vontade forma à tua volta um círculo capaz de destruir a ação nociva do mal ou atenuá-la bastante, da mesma forma que a camada de ar protege o globo terrestre.”
O conceito básico desse ensinamento é, evidentemente, o da “boa vontade”. Sem ela, o mau carma em retorno não pode ser atenuado. Mais ainda: sem o esforço contínuo em melhorar pela boa vontade, não é possível o resgate de maus efeitos pela ação da reciprocidade. O carma negativo vai retornar de qualquer forma, mais cedo ou mais tarde, mas a culpa permanece inexpiada em tal caso. Ela não pode ser extinta, porque o indivíduo não reconheceu seu modo errado de agir, nem tampouco deixou vicejar dentro de si a necessária boa vontade em melhorar. Em outras palavras, não é possível nessa situação o “perdão dos pecados”. A respectiva pessoa continuará a ser atingida, sempre e sempre de novo, pelos maus efeitos retroativos de suas ações pregressas, porque ela mesma não quer mudar. Também aqui, como em tudo o mais, só recebe o que ela própria deseja com sua vontade viva, nada diferente.
“Tornar-se melhor, unicamente, é o caminho vivo para o perdão!”, assevera novamente Abdruschin. Uma exortação simples e direta, facilmente compreensível, como toda verdadeira nutrição do espírito.