Tempo de leitura: 3 minutos
Mensagem de carnaval?? E desde quando o carnaval serve de inspiração para mensagens?… Desde quando compreendemos que podemos e devemos aprender com tudo o que ocorre à nossa volta (http://on.fb.me/1MqeH9n). Pois de tudo se pode tirar algum proveito, obter algum ensinamento, mesmo de um evento tão parcamente revestido de utilidade como o é a festa de carnaval.
Todos os acontecimentos dessa nossa época falam para nós continuamente, insistentemente, para que reconheçamos suas causas e consequências, de forma a podermos direcionar e manter o leme de nossas vidas sempre no rumo certo. Pois quem chega a conhecer as causas do viver errado e, principalmente, a reconhecer as consequências disso, este arregimentará todas as suas forças, com o máximo empenho, para redirecionar sua vida de até agora. Com toda a certeza.
Sim, com toda a certeza. Certeza absoluta. Só não se esforçará em seguir pela senda ascendente aquele que não enxerga onde pisa, ou melhor, aquele que não quer ver onde pisa, mesmo quando já estando a afundar no pântano visguento dos vícios e das paixões. O desconhecimento do funcionamento das Leis naturais embota o espírito humano, enrijece-o, embaça-lhe a vista e destrói paulatinamente sua capacidade de discernimento. A voluntária ignorância sobre as causas e consequências de tão múltiplos e significativos eventos hodiernos atua sobre o cansado espírito, já tomado por uma inaudita sonolência, como uma aconchegante canção de ninar, que lhe é muito bem vinda.
Há dois aspectos que chamam de imediato a atenção no curto reinado de Momo, e que merecem portanto ser analisados em maior profundidade.
O primeiro diz respeito às fantasias, ao significado que elas encerram. Qual seria a real motivação capaz de levar uma pessoa tida como dentro dos padrões da normalidade a, por exemplo, vestir uma capa plástica ornada de lantejoulas, meter-se dentro de uma peruca de Luís XVI, cingir a cabeça com uma coroa de papelão e sair a desfilar por aí, todo soberano no compasso de cuícas e tamborins?
“Ora, divertir-se, evidentemente! Alegrar-se! Extravasar-se!” Mas por que, exatamente, alguém se divertiria fazendo o papel de quem não é? Será que o sujeito deseja realmente sentir-se Luís XVI por 72 horas, espargindo uma majestade fictícia entre súditos ilusórios, ou, ao contrário, o que ele pretende mesmo nesse curto período é esquecer-se de que não é sujeito nem de sua própria vida? Eximir-se alguns dias de qualquer responsabilidade, até ser guilhotinado em meio às cinzas do meio da semana?
Vestir uma indumentária espalhafatosa qualquer, esconder o rosto sob uma máscara, pular e cantar com trejeitos do sexo oposto, no embalo de álcool e outras drogas, parece muito mais uma fuga do que uma diversão. Quatro dias de total alienação, do mais completo alheamento, de folia geral, sem ter de prestar contas de nada a ninguém, nem a si mesmo. É isto o que se denomina “alegria” nos salões de carnaval. Irresponsabilidade absoluta, inebriada de lança-perfume; dignidade sufocada em confete, estrangulada em serpentina. É precisamente isto o que os foliões desejam. Querem mergulhar por inteiro no desvario da louca liberalidade geral, ampla e irrestrita, a qual, todavia, só tornará ainda muito mais amargo o inevitável despertar na sombria quarta-feira.
Texto completo: http://bit.ly/1xCj9JU.
(Conheça as obras publicadas pela Ordem do Graal na Terra.
Acesse: http://bit.ly/18h6hxk.)