Tempo de leitura: 2 minutos
Há longos tempos, no início do desenvolvimento humano, o arcanjo Lúcifer foi enviado para amparar a humanidade em seus caminhos de evolução espiritual. Contudo, ele escolheu seu próprio método para isso, um método falso, não desejado pelo Criador, baseado em tentações. E assim ele acabou se tornando o “mentiroso e pai da mentira” (Jo8:44), apresentando aos homens a razão, que deveria ser um mero adubo para o plantio das faculdades espirituais, como já sendo o mais precioso fruto que lhes era dado cultivar no mundo material.
Para fazê-los esquecer de que se originaram do reino espiritual, na Luz, o arcanjo caído apontou-lhes a luz de seu próprio raciocínio. Essa situação é indicada alegoricamente no Gênesis com a imagem da serpente incitando o casal humano a experimentar o “fruto da árvore do conhecimento” (cf. Gn3:1-6).
E, de fato, ao provar desse fruto o ser humano se inebriou. E julgou ser poderoso, grande e forte, invencível. Nada lhe parecia impossível com as capacitações recém-adquiridas de seu intelecto. Desse modo, o raciocínio, que deveria ser propriamente apenas um instrumento do espírito, passou a dirigir o destino dos seres humanos.
Este foi o assim chamado pecado original, que acabou desencadeando todos os demais. Tal pecado consistiu em elevar o raciocínio, que deveria permanecer um mero executor da vontade espiritual, à posição de dirigente reservada ao espírito e à sua voz – a intuição (http://on.fb.me/1It3JZy).
A imagem bíblica disso é a do casal humano que sucumbe aos ditames da razão, a qual desperta neles um sentimento de “querer-saber-melhor” que se coloca acima das disposições do seu Criador (http://on.fb.me/1guOx8H).
A partir daí o raciocínio passou a ditar a conduta da raça humana. O pecado havia entrado no mundo. O próprio espírito do ser humano não mais conseguia se fazer valer e, consequentemente, não mais se desenvolvia. Ao contrário, atrofiava-se mais e mais em razão dessa inatividade forçada. Sua voz, a intuição, tornava-se cada vez mais baixa, até virar um sussurro, que mal podia ser percebido. Nada mais conseguia suplantar a força crescente do raciocínio, colocado num trono de soberano que não lhe pertencia.
Se quando provou da árvore do conhecimento a humanidade tivesse ao mesmo tempo regado o jardim de suas aptidões espirituais, como dela era esperado, teríamos hoje um Paraíso na Terra. Como isso não aconteceu, temos de sobreviver num mundo dilacerado pelo ódio, conspurcado pela cobiça, envenenado pela inveja e afundado na miséria. É o mundo que o intelecto tem a oferecer, quando dissociado do espírito, o qual, unicamente, é capaz de fazer do ser humano um ser… humano.
(Conheça as obras publicadas pela Ordem do Graal na Terra. Acesse: http://bit.ly/18h6hxk).