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Jesus realizou muitos atos milagrosos enquanto ministrava seus ensinamentos. Isso tinha um propósito bem delineado, como tudo o mais que ele fazia. Seus milagres eram fenômenos que escapavam à compreensão das pessoas, o que naturalmente suscitava um interesse imediato por parte delas. Ao procurarem saber mais sobre esses acontecimentos elas acabavam então encontrando Jesus, ou seja, encontravam a Palavra, o único caminho aberto para a salvação.
Os milagres que Jesus praticava são considerados ainda hoje como acontecimentos realizados fora das leis da natureza, procurando-se ver nisso justamente a prova do poder divino do Filho de Deus. Contudo, Jesus jamais faria qualquer coisa que não estivesse incondicionalmente submetida às leis naturais. Nem lhe seria possível uma tal arbitrariedade, visto que essas leis trazem em si a perfeição da Vontade de seu Pai, não admitindo o mínimo desvio no seu cumprimento (http://on.fb.me/1MkBS4L).
Os milagres de Jesus não constituíam nenhuma exceção na atuação das leis da natureza. Nem poderia ser diferente. Se fosse possível a mínima exceção na efetivação das leis da Criação, então elas não poderiam ser consideradas perfeitas, e por conseguinte o próprio Criador também não o seria, o que é um absurdo.
Jesus atuava mediante força divina, o que lhe permitia acelerar os efeitos terrenalmente visíveis das leis universais. Ele podia, pois, acelerar a atuação das leis da Criação, emanadas da Vontade de seu Pai. Quando, por exemplo, tocou a mão de um leproso, este “ ‘imediatamente’ ficou limpo da sua lepra” (Mt8:3). O mesmo se deu na cura da mulher encurvada: “Ele impôs as mãos sobre ela, que ‘imediatamente’ se endireitou e começou a louvar a Deus” (Lc13:13). Também quando ordenou a um paralítico que se levantasse, este “ ‘no mesmo instante’, tomando o leito, retirou-se à vista de todos” (Mc2:12). Do mesmo modo, ao tocar os olhos dos dois cegos que imploravam compaixão, eles “ ‘imediatamente’ recuperaram a vista” (Mt20:34), e quando determinou que o servo paralisado do centurião fosse curado, “ ‘naquela mesma hora’ o criado ficou curado” (Mt8:13). Marcos também conta que na cura de um surdo-mudo “ ‘imediatamente’ abriram-se-lhe os ouvidos, e a língua se desprendeu e falava corretamente” (Mc7:35).
A força divina de Jesus era capaz de curar com rapidez cegos, leprosos e paralíticos, porque forçava a movimentação dos órgãos e membros inativados pela doença. Mas Jesus nunca fez, por exemplo, uma pessoa sem olhos enxergar, ou uma sem pernas andar, porque tais coisas são impossíveis segundo as leis naturais. Os membros ou órgãos defeituosos tinham que estar lá para que Jesus pudesse curá-los, o que se dava com extrema rapidez. No milagre da cura do surdo-mudo, relatado pelo evangelista Marcos, os ouvidos e a língua (órgãos já existentes no doente), foram rapidamente curados pela intervenção de Jesus.
A ressurreição de Lázaro (cf. Jo11:1-44) e do filho da viúva da cidade de Naim (cf. Lc7:11-15) também não foram, conforme se imagina, fenômenos ocorridos fora dessas leis da Criação. Jesus pôde trazer essas almas de volta aos respectivos corpos porque ainda estavam ligadas a estes por um fio ou cordão, conforme acontece durante algum tempo com todos os desenlaces terrenos. Ele as chamou durante esse período de ligação, portanto “antes que se rompesse o cordão de prata” (Ecl12:6). Depois que ocorre o rompimento desse cordão não é mais possível um ressuscitar.
Durante o período de ligação desse cordão, que varia de pessoa para pessoa, a alma permanece conectada ao corpo terreno após a morte. Depois que essa ligação se rompe é impossível, portanto, um retorno à vida terrena naquele mesmo corpo. Nos dois casos essa ligação ainda subsistia, e Jesus, fazendo uso da força divina que estava nele, chamou de volta aquelas almas para seus corpos terrenos.
[Extraído de Visão Restaurada das Escrituras. Capítulo Aspectos Desconhecidos da Doutrina de Cristo, tópico “Milagres Possíveis e Impossíveis”. Acesse: http://bit.ly/1JHL4il.]
(Conheça as obras publicadas pela Ordem do Graal na Terra. Acesse: http://bit.ly/18h6hxk).