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Esta parábola apresenta uma abrangência imensa, geralmente não reconhecida. O texto transmitido pelo Filho de Deus sintetiza toda a saga humana. Mostra o início do desenvolvimento da criatura “ser humano”, inicialmente sem mácula, depois quando peca e, por fim, a possibilidade de sua redenção.
O filho mais moço requisita os bens que lhe cabem e parte para longe. Essa imagem mostra a saída do germe espiritual humano do Paraíso, que traz consigo todas as dádivas para vicejar na materialidade – “uma terra distante” (Lc15:13), com a finalidade de obter a autoconsciência através de vivências e retornar ao Paraíso como espírito plenamente amadurecido.
No Paraíso há seres espirituais criados, que sempre puderam permanecer lá, sem precisar antes descer até os mundos da materialidade a fim de amadurecer e se desenvolver. Estes seres criados são simbolizados pelo outro filho, o mais velho, que sempre viveu na Casa do Pai.
O filho mais moço representa os germes espirituais humanos, que tal como as sementes terrenas precisam crescer e desenvolver-se mediante estímulos exteriores, só encontrados no grande campo de cultivo da matéria. As vivências na Terra atuam sobre esses germes como o Sol e a chuva atuam sobre as sementes das plantas. Assim como uma pequena semente traz em si a capacidade de se transformar numa árvore frondosa, mediante as influências climáticas que atuam continuamente sobre ela, também o germe espiritual humano, mediante as vivências angariadas em múltiplas vidas terrenas, tem ensejo de se transformar num ser espiritual completo, autoconsciente, pronto a dar frutos em abundância lá na pátria espiritual de onde saíra, o Paraíso.
A perspectiva de que o processo ocorra dessa maneira normal é dada pelas faculdades inerentes ao germe espiritual – “os bens que lhe cabem” mencionados na parábola. Contudo, o relato mostra que o germe espiritual plantado aqui na matéria não aproveitou essas suas capacidades inerentes no sentido certo, isto é, não evoluiu espiritualmente como previsto. Pelo contrário, ele “dissipou todos os seus bens”, preferindo “viver dissolutamente”, isto é, não desenvolveu as faculdades espirituais que trazia consigo, antes deu valor apenas às coisas materiais e perecíveis.
Por causa dessa negligência, desse pecado, ele teve de experimentar grandes penúrias, efeitos retroativos do seu mau proceder e de outros como ele – “a grande fome” que se abateu no país. Ele então passou a “guardar porcos”, uma atividade ínfima comparada à missão destinada ao espírito humano na Criação. Nesse ponto, o filho nada mais desejava senão saciar-se com as “alfarrobas (vagens da alfarrobeira) que os porcos comiam”.
Todavia, todo esse sofrimento acabou despertando nele uma imensa saudade da Casa do Pai, onde mesmo os trabalhadores “têm pão com fartura”. No reino espiritual só existe alegria, permanentemente usufruída pelos servidores que lá se encontram, num permanente dar e receber. Todos desfrutam de abundância, pois a miséria é decorrência unicamente do pecado, e este não pode medrar lá. Só em regiões muito afastadas do reino espiritual, como é o caso do plano material da Criação, é possível a ocorrência de uma falha consciente de uma criatura, o pecado, uma culpa que traz como consequência inevitável a dor e o sofrimento. Os instrumentos que provocam esse sofrimento podem apresentar-se de múltiplas formas, mas a culpa real é sempre do próprio atingido.
O filho mais moço então “caiu em si”, ou como diz muito apropriadamente o original grego da parábola: “entrou em si mesmo”. Reconhece o seu erro – “pequei contra o céu e diante de ti”, pede perdão ao pai e se diz indigno de ainda ser considerado seu filho. Contudo, nesse reconhecimento está implícita a firme resolução de não mais atuar daquela maneira errada, de esforçar-se em agir direito dali por diante, segundo a vontade do pai. Por isso, e apenas por isso, o pai lhe perdoa e o cobre de graças, pois seu filho “estava morto e reviveu”, “estava perdido e foi achado”. Em outras palavras, o filho estava prestes a sofrer a morte espiritual (http://bit.ly/2nyma0p), mas ressuscitou a tempo para a vida eterna. Sua roupa nova, o anel e as sandálias, indicam que a sua alma – a veste do espírito (http://on.fb.me/1e9K74T) já terá sido completamente purificada quando estiver prestes a adentrar no reino espiritual. Desse modo o filho comprovou, por experiência própria, que “só se entra no Reino de Deus superando muitas tribulações” (At14:22).
O ser humano que está a ponto de se perder na matéria devido aos erros nele aderidos, mas que num determinado momento redireciona sua sintonização interior para um alvo elevado, equivale ao filho que toma a resolução de voltar para a Casa do Pai. Vê-se assim que o sofrimento também pode ser uma bênção, se consegue levar a pessoa atingida a modificar seu modo errado de vida de até então. De fato, muitas vezes só nas agruras, decorrentes da Lei da Reciprocidade (http://bit.ly/2b179NC), é que o ser humano redireciona seu íntimo no sentido certo.
E depois de “ele mesmo” ter ascendido até a Casa do Pai – portanto, por esforço próprio, a chegada do filho que se encontrava perdido será motivo de grande regozijo entre os habitantes do reino dos céus. É uma alegria que se renova a cada filho pródigo que encontra, finalmente, o caminho de volta para casa, tal como esclarece Abdruschin em sua obra Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal (http://bit.ly/1k0vK3n):
“Esforçai-vos, criaturas humanas terrenas, para poder ingressar plenamente maduras no reino do espírito! Com isso então vos reunireis àqueles que puderam se desenvolver no espiritual, sem precisar primeiro mergulhar nas matérias.
Então também não sereis menos fortes do que aqueles, pois tereis vencido muitos obstáculos e no esforço desse vencer vos transformastes em chama! Haverá então alegria com relação a vós, como já está indicado na parábola do filho pródigo.”
(Conheça as obras publicadas pela Ordem do Graal na Terra. Acesse: http://bit.ly/ogt-catálogo.)
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Perfeito!!! Me emocionou,também, porque fazem poucos dias que reconheci plenamente o maravilhoso significado dessa parábola numa das últimas dissertações do volume 3 da Mensagem,não me lembro qual agora.
Grata! Conheci esta página só hoje…fiquei feliz pois sinto falta de falar com pessoas que conheçam “Na Luz da Verdade!!!!
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Oi, Laíse! Seu comentário chegou sem problemas. Ficamos muito contentes em saber que o post lhe foi útil e, principalmente, que é uma leitora da Mensagem do Graal “Na Luz da Verdade”. Fique à vontade se desejar falar mais sobre o assunto.