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Essa conhecida parábola do Mestre mostra qual é a característica fundamental de quem observa a Lei do Movimento (http://bit.ly/2z6d4gr): a vigilância espiritual! Só quem permanece vigilante no espírito consegue preservar a vivacidade de sua faculdade intuitiva, o “azeite da lâmpada”. Essa vivacidade não pode ser transferida de uma pessoa para outra, mas sim cada qual tem de adquirir e conservar a sua, através do próprio empenho. Essa impossibilidade de transferência está indicada no pedido negado a uma das virgens para se passar o azeite de uma outra lâmpada para a sua. É justamente essa vivacidade pessoal que permite ao ser humano vigilante distinguir imediatamente qualquer indício referente à chegada do “noivo”, alegoria utilizada por Jesus para indicar a vinda do Filho do Homem, o Portador da Palavra da Verdade.
Todas as dez virgens acabaram ficando sonolentas com o atraso do noivo, tornando-se de algum modo indolentes; no entanto, as cinco que preservaram sua capacidade intuitiva ainda puderam ir ter com ele a tempo. O noivo chegou numa hora totalmente inesperada: “à meia-noite”, o que não impediu de ser reconhecido pelas virgens prudentes, porque se portaram como a mulher exemplar “cuja lâmpada não se apaga durante a noite” (Pv31:18). Só muito mais tarde é que as virgens tolas procuraram pelo noivo, porém não foram sequer consideradas por ele, visto terem perdido sua faculdade intuitiva, justamente aquilo que faz de um ser humano efetivamente um ser humano. Passado um determinado prazo do desenvolvimento, é impossível recuperar essa faculdade perdida. Não será mais possível adquirir azeite suficiente na última hora.
Eles podem até escutar, mas não compreenderão, podem até olhar, mas nada verão. Seu comportamento é idêntico ao daqueles judeus de Roma e seus ancestrais, sobre quem Paulo igualmente já havia declarado: “Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por meio do profeta Isaías, quando disse: Vai ter com esse povo e dize-lhe: em vão escutareis, pois não compreendereis; em vão olhareis, pois não vereis.” (At28:26)
Os que desde épocas remotas procuraram abafar a voz de seus espíritos, a intuição, não estarão aptos a reconhecer o Filho do Homem quando este se lhes apresentar. Escutarão as palavras e não compreenderão, olharão sua obra e não verão nada. Mostram com isso que também outrora não assimilaram em seu coração a Palavra exortadora do Filho de Deus. Passarão pelo Filho do Homem e por sua Palavra sem perceberem, sem nada entenderem, pois “têm olhos para ver e não veem, ouvidos para ouvir e não ouvem.” (Ez12:2). É nessa rebeldia contra a vivacidade espiritual que se cumpre a profecia de Isaías, avalizada por Jesus aos discípulos: “É neles que se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Certamente haveis de ouvir, e jamais entendereis. Certamente haveis de enxergar, e jamais vereis.” (Mt13:14)
O sentido é o de que suas lâmpadas de vigília estariam totalmente apagadas na época em que a Palavra do Filho do Homem estivesse agindo na Terra, porque não haveria mais nada que as pudesse alumiar, visto que não mantiveram o azeite consigo, isto é, a capacidade intuitiva. Abdruschin esclarece esse aspecto em sua obra Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal (http://bit.ly/1k0vK3n):
“Quem refletir seriamente reconhecerá a Verdade e, assim, o caminho verdadeiro! Os que têm preguiça de pensar e os indolentes que não conservarem continuamente preparada, com cuidado e atenção, a lamparina a eles confiada pelo Criador, isto é, a faculdade de examinar e elucidar, facilmente podem perder a hora, como as tolas virgens da parábola, quando a “Palavra da Verdade” chegar a eles. Uma vez que se deixaram adormecer em cansado comodismo e crença cega, não serão capazes de reconhecer, por sua indolência, o portador da Verdade ou noivo. Têm de ficar então para trás, quando os vigilantes entrarem no reino da alegria.”
Por isso é tão importante conservar nos dias de hoje a máxima vigilância espiritual, cuidar da movimentação do espírito, o qual nem poderá agir de modo diferente senão exclusivamente no sentido do bem, sempre seguindo as indicações da intuição.
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