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Já tratamos disso aqui, mas é preciso reprisar e repisar. É o próprio indivíduo que a gera, e é ele mesmo que por ela é esmagado sempre de novo: a bola de neve dos maus pensamentos.
Certamente não há quem já não tenha percebido ou sentido o mecanismo; contudo, apenas poucos se deram ao trabalho de usar o reconhecimento no sentido certo, mudando o seu modo de ser, conservando daí em diante sempre puro o foco gerador de seus pensamentos, ou seja, a sua vontade interior ou vontade intuitiva.
As leis da Criação, porém, não comportam exceções, não admitem desvios ou escapatórias. Se produzimos algo ruim, seja por pensamentos, palavras ou atos, esse algo retornará a nós infalivelmente, mais cedo ou mais tarde (http://bit.ly/2b179NC). Não existem exclusões nem ressalvas, nem mesmo se estivermos convictos de termos sofrido uma injustiça qualquer. Aliás, justamente esse sentimento de uma arbitrariedade injusta é o maior dos perigos, pois faz crescer desmesuradamente a bola de neve dos maus pensamentos, para grande prejuízo do próprio gerador.
Vejamos o funcionamento do mecanismo com um exemplo simples. Quando não entendemos uma situação desagradável com que nos deparamos, isto é, quando não compreendemos alguma contingência difícil em que nos vemos envolvidos, corremos o risco de deixar essa incompreensão se transformar em inconformismo ou até mesmo em revolta, sem nos apercebermos disso. Instaurado o inconformismo em nosso íntimo, ou qualquer outro sentimento negativo, o foco gerador dos pensamentos não estará mais puro. Esse sentimento passa a ser então a força propulsora na geração de novos pensamentos análogos, os quais se fortalecerão pelo contato com formas de pensamentos semelhantes. O inconformismo e a revolta passam a ser então o ambiente que nos envolve. A partir daí, para darmos vazão a um ato inconsequente e injusto, é um passo muito curto. E fazemos isso com a mais plena convicção de estarmos certos, pois quando nos ligamos a coisas baixas o nosso horizonte de discernimento também se restringe. E assim acontece de cairmos espiritualmente sem nos darmos conta. Rolamos para baixo irrefreavelmente, sem ver mais nada; descemos de patamar em patamar, para o mesmo baixíssimo nível dessas coisas más. Somos levados para lá pela crescente bola de neve dos maus pensamentos, que nós mesmo geramos e alimentamos.
Esse ambiente fortemente negativo que nos envolve, por sua vez, causa aversão a quem não está submetido a influências ruins. Nesse caso, pode acontecer que alguém manifeste uma antipatia gratuita pela nossa pessoa e julgamos que isso decorra do mau caráter dele, quando, na realidade, é o nosso ambiente fino-material obscurecido que lhe causa uma aversão inconsciente.
Nesse ponto, só mesmo as consequências danosas do nosso proceder, que se efetivam pela Lei de Causa e Efeito ou Lei da Reciprocidade (http://on.fb.me/1fojJ8D), atingindo-nos dolorosamente, ainda podem nos fazer voltar a enxergar a realidade. Se com o que fizemos só conseguimos provocar doe e mágoa, sofrimento desmesurado, tanto em nós mesmos como nos outros, então não podia mesmo estar certo. Daí a necessidade de mantermos uma vigilância contínua, rigorosa, para nunca mais nos deixarmos influenciar pelo mal de qualquer espécie.
Todavia, nas pessoas fortemente acossadas pelo mal, que ostentam uma alma densa, o inconformismo e a revolta podem facilmente se converter em raiva incontida, e daí para o ódio cego, situação em que a pessoa fica literalmente “fora de si”. Quem deixa o ódio instalar-se dentro de si, mesmo que por curto tempo, é imediatamente envolvido por conformações de uma espécie de matéria mais fina – as fúrias de ódio, que o influenciam cada vez mais com o ódio de que são constituídas. Uma pessoa nessa situação pode facilmente cometer um ato insano, tresloucado, de que poderá se arrepender amargamente depois. Arrependimentos e remorsos, porém, não bastam como remição de quem contribuiu para gerar e disseminar com tanto empenho o mal no mundo.
Nunca é demais acentuar: não existe nenhuma situação na vida, nenhuma, que justifique um único mal pensamento (http://bit.ly/2t21T2F). Podemos evidentemente não concordar com uma atitude qualquer de um nosso semelhante, mas jamais revidar isso com um mau pensamento ou um mau sentimento, pois essa ação é a primeira a gerar a pequena bola de neve que, pouco tempo depois, crescendo e se fortalecendo, poderá nos subjugar por completo.
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